13 novembro, 2014

Quando o "ser você" não existe.

Nunca vi frase mais mentirosa do que a "Seja você mesmo (a)", todos dizem, ninguém faz!
Ai pergunto:
- Posso ser eu mesma, MESMO?
Em qualquer lugar? Da forma que eu sou? Posso ser eu mesma ao falar o que eu penso, posso ser eu mesma ao agir da forma como eu acho que devo agir?
Ou eu preciso dançar conforme a música, ser cautelosa em determinadas situações, ser diferente de mim em outras, ser atriz em muitas?
Aquelas máscaras, que carregamos com a gente na mochila, desde pequenos, quando a mãe falava:
 - Oh, quando chegar fulano, você se comporte, viu! 
Nós ainda carregamos! Só que não é mais nossa mãe que fala, somos nós mesmos! (cruel, eu sei, cruel mesmo).
E vamos carregar pra sempre.
A sociedade toda imprime os padrões e nós, militarmente, repetimos e repetimos, até virarmos parte dela. De um jeito ou de outro, até os que dizem não seguir estes padrões. Experimente sair fora deles, experimente ser quem você é e a sociedade te engole, os amigos diminuem e você pode começar a ser chamado de "maluco".
Pois é.
Adianto aos que estão pensando que isso tudo ai em cima está relacionado a "respeito", que não! Porque há uma grande diferença em respeitar os outros...e ser respeitado somente por ser igual a todos, até o respeito que conseguimos é porque engolimos os sapos todos e nos igualamos a massa. Assim é mais fácil se camuflar, né não?
E que atire a primeira pedra quem não teve de "deixar de ser você" hoje mesmo. 
 
(atirei a minha pedra! Paafff!!!)

10 novembro, 2014

O encaixa das redes sociais

[...] Em um mundo bem próximo:

Vira...abaixa...Mais pra cá! Hum, não tá aparecendo muito...Agora vai!
- Flashhh!
Tá feita a foto pro perfil das redes sociais.
E é típico: cabelos escovados, sorriso forçado e é claro, os "peitos". Esse vira, abaixa só serve pra encaixar bem os peitos nas fotos, pra mostrar tudo o que deveria ser guardado.
O que mais acredito ser estranho é como as meninas "curtem" esse tipo de exibicionismo barato.
O rosto, o sorriso, ainda vá! Mas, me diga o motivo de espremer-se nas fotos pra caber tudo o que tem direito.
Ah, melhor, não me diga nada!


09 novembro, 2014

:)

E lá vem uma luz no fim desse túnel todo. Prometa-me não cegar-me!

Pensando alto


[...] Aí está aquele vendaval todo, te esperando na porta, pra te revirar inteira, como num liquidificador...só confusão e mais nada.

...Deitada na cama, pernas pro ar, cabeça nas nuvens. Maísa estava pensando...Aliás, pensar era o que ela realmente tinha feito nos últimos tempos, como um matemático maluco resolvendo um problema sem fim, era ela, pensando e tentando resolver "problemas sem fim".
Nada em particular, mas...os problemas que o mundo tem, não eram mesmo os problemas dela, mesmo que ainda sim, ela pensasse neles.
O que é mesmo, em comparação, o problema da água na Terra, ou a violência nas ruas, ou a doença de muitas pessoas...Não era nem sequer uma faísca de problema, era só uma coisa a se pensar.
Quanto mais se pensa, mais se enrola no pensar...
- Melhor parar de pensar, a cabeça já dói.

Algumas vezes não há solução pras questões da vida, às vezes elas se resolvem por si só, outras se desfazem, pra dar lugar a outras preocupações. Depende do tempo, da época...Nada dura pra sempre, nem as questões sem solução.

Contrata-se um bom matemático, que talvez saiba resolver essas questões da alma usando os números e as fórmulas...mas enquanto isso, Maísa pensa.

13 setembro, 2014

Cuidado,


Cuidado com quem te pesa, com quem passa um sentimento de vazio ou cheio demais, fique perto dos equilibrados, dos brandos e dos mansos.
Se alguém lhe passa a sensação de não estar em sintonia com a sua vibração, se afaste, a gente sente o que e quem e bom ou ruim pra nós. Nossas antenas percebem, o coração agita e pede pra manter distância.
Cuidado também com aqueles que valorizam demais a beleza, elas não perceberam ainda que um dia a gravidade e a velhice pesará para todos, essas pessoas se preocupam muito mais com o que são o que, com o que aparentam ser, do que com o que construirão pra quando os anos chegarem. E digo mais, quem quer ser escolhido pela beleza ou quem escolhe pela beleza, poderá sempre fazer essa escolha, então, um dia será trocado ou trocará, alguém que "passou do ponto" por alguém mais belo.
Ah, cuidado também com os que vivem de prazeres, sejam eles quais forem, que não cuidam do interior, mas sim, dos picos de prazer, creio que estes não serão bons parceiros eternamente, quando só restar um bom papo pra animar uma tarde qualquer de um sábado.
Cuidado com quem não escolhe um lado, com quem não se posiciona, com quem fica em cima do muro, esses são imprevisíveis e jogam no lado deles, sempre.
Cuidado também com aqueles que não acreditam no amor, que acham que o mundo é só matéria, que não crê que um só é menos feliz que dois juntos.
Cuidado com aqueles que não tem fé em alguma coisa, tenha o nome que for, é preciso crer que há algo maior, pra lutar, pra ser melhor, pra evoluir.

20 julho, 2014

E o longo prazo?

Maísa sempre considerou que sua vida era incomum, seus gostos, seus pensamentos e suas visões pareciam sempre estar a um tempo a frente ou vindas de um outro lugar.
Maísa é uma caixinha de surpresas ambulante, estar em sua mente é algo inusitado e ao mesmo tempo espetacular, ela sonha com as coisas mais difíceis (e consegue), ela deseja algo diferente (e consegue), seu "poder" de perseguir aquilo que quer é bastante subliminar. Entendendo ou não, ela sempre consegue o que quer.
Agora Maísa estava dividida, eram dois momentos, dois sonhos e uma só vontade: o amor.
É, engraçado como as coisas mudam...e surpreendem.
Quando os anos foram se passando e as coisas acontecendo, Maísa foi se dando conta de que o que realmente importa são as pessoas, são os que te amam, são os relacionamentos. É impossível viver só.
E o que lhe aguarda, a longo prazo? Onde ela vai estar? O que vai decidir? O que vão decidir?
E a vida volta a tornar-se um emaranhado de perguntas, ainda sem respostas.
Maísa sempre pensava em como seria o amanhã, vivendo bem o presente pra construir um amanhã feliz. E em todos os aspectos de sua vida isso aconteceu, menos em um: no amor.
Somos nós que dizemos qual é o ápice pra "ser feliz", se não chegamos nesse ápice "não somos felizes", então, o que colocar como alvo?
Confuso?
É mesmo, Maísa é a moça mais confusa que já conheci, mas também é a mais interessante.
Mas, ela sempre vai torcer pro final feliz, independente de quantos muros vai ter que derrubar (e ela vai conseguir).

29 junho, 2014

Permita-se às oportunidades, só!

Sonhar é permitido, nada e nem ninguém pode lhe tirar os sonhos, as visualizações e coisas boas que deseja pra si só. 
Às vezes é necessário se fazer brando e esperar que a atitude das outras pessoas as defina por si só, não é você quem deve dizer, não é seu dever e é egoísmo pensar que o poder de mudar as pessoas é teu, portanto espera, espera e...
Quem tiver que ficar, ficará! 
Quem pensar parecido, ficará! 
Quem tiver os mesmos caminhos, ficará!
Quem quiser, ficará! 
Não importa o quão difícil seja a luta, quem tiver que vencer, vai vencer! E essa coisa toda do destino se faz real e cada instante que passa e acreditar que o destino existe, que cada um de nós tem motivos maiores para estar onde está, para passar o que passou para construir o próprio caminho, nos faz ativos em nossas escolhas, que sim, foram nossas. Eu escolhi estar onde estou, da forma como estou, passando pelo que passei e ainda restam caminhos escolhidos para trilhar. 
O livre arbítrio existe e cada um pode, com consciência, escolher outros caminhos que não são os seus originais, mas um dia, terá de percorrer tais caminhos, cedo ou tarde, portanto aceita as oportunidades se teu coração mandar.
Se o coração fala, se há uma luz dentro de ti que aponta para seguir o caminho, vai! O coração do homem bom, sempre indicará bons caminhos e quando não há nada a perder, quando essa decisão só causará o bem, então vá! 
Saiba então ler a linguagem do destino, moça.
Diferente deste nosso mundo, o mundo dos céus não trás cartas e pistas concretas, é preciso ler nas entrelinhas para entender, é preciso fazer o que é preciso fazer, não porque alguém mandou ou porque é o "certo" para a sociedade ou porque é prudente. Decida-se viver por si só, decida-se parar algo se aquilo já não te faz feliz, se aquilo já não te faz bem.
Se você estiver bem, o universo irá cooperar e as coisas logo se ajeitarão, porque você "se deu a chance", então, permita-se*, permita-se* a todo o momento, fazer o que bem entendeu, simplesmente porque você acha que o melhor pra você.
E se o melhor pra você é sair de um trabalho chato e procurar algo novo, vá! Se o melhor pra você é buscar outra turma, vá! Se o melhor pra você é aceitar o amor de alguém, aceite! Se o melhora pra você é mudar o rumo da vida, mude! 
Nós não vamos ter essa oportunidade à nossa porta, nos esperando quando bem entendermos, elas passam...e digo, por mim, que agarrei todas (ou quase todas) as oportunidades que me apareceram na frente. Claro que não pensei impulsivamente e me decidi por todas elas baseada somente no coração, ainda há uma sociedade para viver e contas para pagar, mas por todas elas dei a chance e de todas elas tiro boas lições, bons sentimentos e nada, nada foi nem será em vão.
Permita-se ser quem você é! Sem as máscaras, sem os personagens em que atuamos todos os dias, sem as maquiagens, sem os ternos caros, sem nada! Permita-se ser a pessoa que é quando acorda, que é quando a porta do quarto está fechada, que é quando está sozinho dirigindo numa estrada longa, que é quando se deita na cama e tem paz! Você é o que você é, as suas atitudes podem ser pensadas, planejadas e regradas, mas o coração é seu e só você sabe o que é melhor para ficar "bem", fique então, bem e não se esqueça de se "permitir".

20 junho, 2014

Como num conto de fadas


Não sei porque, ando inspirada a escrever...É como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse, então fica mais fácil que as emoções escapem entre uma linha e outra. Algumas vezes simplesmente não há nada pra dizer, então fico calada. Se não há nada pra contar, se não há emoção pra por nas palavras, então, faça silêncio.
[...]
Maísa pegou o papel e o lápis, era como se pegasse uma chave mestra que abrisse as portas mais profundas e secretas, o lápis e o papel lhe eram assim, eram escapes, assim como a música pra uns, a culinária pra outros e o esporte pra outros tantos e como fato é que nem música, nem esporte e nem a culinária eram seus fortes, bastava um lápis e um papel.
Naquele dia Maísa queria poder colocar no papel toda a vontade de tornar aquela história real, aquela história que vivia e que parecia mais um conto de fadas, não um conto de fadas porque era linda e tinha príncipe encantado, bruxa má e maças envenenadas, mas parecia um conto de fadas pois estava longe de se tornar real, isso era o que mais lhe deixava próxima da história. Bom, como sempre, não sabia por onde começar...então, rascunhou.
- Um começo...um dia de chuva - claro, um dia de chuva!
E aí vieram os meios, os meios meio tortos, meio estranhos, um misto de querer e não querer, uma pitada de pimenta, bons momentos, momentos melhores ainda, conversas sem fim e só.
- Tá, ainda falta um final nessa história. E alguém vai ter que contar como termina isso tudo - disse, deixando cair o caderno e o lápis debaixo da cama. Era inverno, estava frio e chovia lá fora. Uma vontade de reviver um dia de chuva qualquer e de ter um final feliz pra escrever.

19 junho, 2014

Roupas velhas


O dia passou lento, nada pra fazer, nada pra se preocupar. Era um tempo de folga, era mais que merecido. Pra ela era quase um tempo de parar e colocar tudo no devido lugar, sabe, como arrumar as roupas no armário, um dia se tem que tirar tudo pra fora, organizar, tirar o que não lhe cai bem, jogar fora as roupas velhas e colocar, tudo novamente em seu lugar.
É assim, um tempo pra recolocar as coisas no lugar.
Mas, há...há tanta coisa fora do lugar, tanta coisa que podia aparecer de formas diferentes, em épocas diferentes, coisas que deveriam estar dentro do contexto e não soando como uma nota fora da música, mas a música seria perfeita, quem sabe em outra ocasião. 
A grande questão é criar coragem e levantar, pra organizar os armários ou afinar as notas, as coisas simplesmente não podem continuar tortas pro resto da vida, até os 90 anos, até que já não haja mais tanta energia pra cuidar das coisas certas.
É hora de ajeitar a bagunça dessa vida toda e dessas coisas todas.
Maísa sabia, já era a hora, mas não é tudo assim tão simples como arrumar os armários.

01 junho, 2014

Uma vida de sete erros


Ela chega em casa cansada e irritada, joga a bolsa pra um lado e a blusa que cobre o frio de outro, não entendendo o que fez de errado.
Era um dia comum e tudo ia super bem, mas aquele comentário...Ah, aquele comentário lhe fez perder a graça do pôr do Sol, mas não podia fazer nada...as palavras são fáceis de sair pela boca e difíceis de digerir por quem escuta, mas enfim, continuou a vida, olhando o lado bom que sabia que tinha feito.
[...] Dizia isso porque não entendia como existem pessoas que vivem uma vida de sete erros, sabe? Aquele jogo que você olha as duas figuras, iguaizinhas e tenta achar o erro entre elas. Tem pessoas que só sabem brincar disso, que passam seus dias procurando os erros, que não aceitam se tudo estiver bom, aparentemente, não se contentam e ainda sim, conseguem enxergar, por detrás das cortinas, debaixo dos tapetes, no fundo do olhar, na ponta da agulha...alguma coisa errada. E o pior, achar o erro lhes faz tão bem que ainda sim, fazem com que você, em sua mera insignificância de humano, portanto errante, se sinta o pior dos mortais porque, não conseguiu alcançar a perfeição.
- Ora bolas! E todo o resto? E todo o 99,999% da coisa bem feita?
- Vai por água a baixo, senhorita.
Vivemos, infelizmente, num mundo onde muita gente gosta de jogar "os sete erros", não importa se a figura é linda, sempre tem alguém caçando o erro. E a recompensa? Eles devem saber.

Maísa, então....desanimada, foi pra varanda olhar a rua, olhar as pessoas de cima pra baixo lhe faz bem, lhe faz se imaginar o que cada uma delas está pensando, pensar quem gosta de jogar, quem não gosta e prefere ver um mundo melhor, enfatizando as coisas boas, antes dos pequenos detalhes que alguns consideram ruins. O aprendizado é feito de erros, não? E dizem que só não erra, aquele que não tenta. Então, senhor, prefiro errar mil vezes e continuar tentando, a ser a coadjuvante de uma vida que é minha. Eu prefiro protagonizar e errar, porque sem o risco, não há vitórias e sem tentativa, não há como saber como seria. Eu prefiro, mil e uma vezes, saber o gosto de como é pra depois pensar se vale ou não a pena investir.
Não vivo de achismo, vivo de certezas...enfiei o pé na jaca por vezes, mas me orgulho de cada aprendizado que tive, de cada tombo e de cada dor, porque eu sei (agora) que o sofrimento é muito mais comportamento do que sentimento; e se é comportamento, então posso escolher sofrer, escolher dar ouvidos aos apontamentos dos outros ou simplesmente olhar para o bem que fiz. Posso escolher sofrer por três meses ou por um dia e posso ser, sem medo, a mesma menina que sempre fui.

Não jogue os sete erros, escolha outro jogo, por favor!

25 maio, 2014

Aqui e agora, qual o valor do presente?


Aqui e agora, qual o valor do presente? Valorizamos cada segundo que vivemos? Ou desperdiçamos nosso tempo com bobagens que depois de algum tempo perdem valor por serem superficiais. Mastigar o passado ou antecipar o futuro? Constantemente acontecimentos da nossa história vem nos visitar, trazendo lembranças de feridas que não cicatrizaram, assuntos inacabados que ainda doem e nós deixam com nó na garganta. Questiono: porque não engolir, porque não digerir? O que impede você de superar este obstáculo e viver mais leve, sem o peso de coisas que não podem ser mudadas. E o futuro? Antecipar o futuro, faz parte daqueles que planejam, mas em doses altas tira o foco do presente. Viver no futura nos deixa em órbita, viajando em pensamentos que sem as ações do presente ficam apenas no pensamento, apenas dentro do nosso mundo, o mundo imaginário, o mundo do faz de conta. Descontaminar nossas ações do passado e do futuro nos dá mais leveza de viver intensamente o presente, apreciando cada momento, cada segundo de nossas vidas. Tirando a névoa do passado e a escuridão do futuro, clareamos o nosso caminho em busca da felicidade. Portanto viva leve, vida bem, viva a vida! Boa sorte e sucesso.
André Luiz Costa e um amigo. Dia 12/02/2014 as 00:23 horas.

24 maio, 2014

Sobre os finais


Final é quando você se dá conta de que tudo não é mais igual, que o tempo passou e as coisas, por mais que pareçam ser as mesmas, não são. Não há mais os laços, não há abraços, não há mais.
E embora todos digam "não, não tenha medo de recomeçar", não juram que não terá um fim. Os fins são tão certos quanto um dia daqui partir, eles vão existir e a dor de recomeçar sabendo que, cedo ou tarde, será fim, não é nada atraente para quem não quer ver o final.
A ultima palavra, o ultimo olhar, a doída hora em que um vira as costas, fecha a porta e vai...vai como se nunca tivesse chegado, como se tudo fosse um sonho do qual deve-se acordar as sete da manhã.
Por mais que exista tempo para buscar o novo lugar, o novo tudo...sempre vai haver a certeza de que a porta se fecha em algum momento. O momento do fim dói, não é por nada não, senhor, mas dói. E a menina aqui não quer saber dessa dor.

11 março, 2014

❀ Se a alma se acalma, se o pensamento voa e vai longe, se a vida parece mais simples, não vire as costas, não tema, corra o risco, assuma os sentimentos e vai...vai e corre como criança feliz. 

Quase inverno

[...] Já era quase inverno. Os termômetros da cidade caíam e as gotinhas de chuva, pequenas e geladas, regavam os casacos que saiam dos armários onde estiveram guardados por quase um ano.
- O frio chegou! - Maísa falou baixinho olhando da janela da sua casa, lá em baixo as pessoas iam, num vai-e-vem frenético, tentando se esconder da chuva que começava a cair e também se esbarravam com seus guarda-chuvas coloridos.
Cena bonita de ser ver, era um dia como qualquer outro, mais tinha um "quê" a mais. O sorriso não queria se esconder. Volta e meia, Maísa se encontrava dando risinhos pela casa, enquanto arrumava o quarto.
Lembrava-se de algumas horas passadas, onde presenciou o inicio daquele inverno de um ângulo diferente, com um sentimento diferente.
Era isso e o clima que a animavam.
Ao contrário da maior porcentagem da população mundial, Maísa, gostava do frio, do inverno, da chuva e dos dias úmidos. Havia uma certa "queda" por melancolia, nesses dias ela escrevia, nos dias de sol raiando, não.
Maísa arrumou a casa e saiu pra cuidar da vida, pra resolver os problemas dos outros, pra se sentir útil e pra ser mais um dos guarda chuvas coloridos, pra quem vê lá de cima.
No final do dia ia ser só mais uma moça, de casaco molhado, voltando pra casa, pisando nas poças e abrindo as portas da casa vazia, mas de sorriso no rosto e coração quente.

27 fevereiro, 2014

Calhas e calçadas

E como a chuva que cai lá fora, enchendo as calhas e as beiras das calçadas, transborda aqui dentro também.

Ser bom.

Abre o coração, sinta a calma que a paz te traz.
Não espera de ninguém sua felicidade, busca sozinho a tua felicidade.
Não se deixe depender de outrem pra ser bom, pra ser melhor, pra ser feliz.


Dia de chuva



Ela não sabia o que pensar, nem por onde começar, se sentia estranha, com algo incomodando sua paz.

Chovia, chovia como sempre naquelas ruas cinzas da cidade moderna, chovia lá fora e aqui dentro, dentro do peito, dentro do coração e escorria pelo rosto em forma de lágrimas o sufoco que carregou por dias e dias.
Não era um choro triste, mas um choro solitário.
Maísa não queria mais estar ali, queria voar mais alto, queria ir mais longe...mas, há esse céu cinza a impedia.
Parou em frente às roupas jogadas no chão, mal desfazia as malas, fazia outras. Olhou, sentou-se na cama, pegou o chocolate e comeu -lágrimas caíam- e a chuva também, lá fora. Que cena! - pensou ela, digna de novela! Tentou acalmar o coração, se fazendo perguntas, inventando respostas e criando diálogos sobre o que acabara de viver. Resolveu, por um instante, até que acabou o chocolate.
Eram dez horas da noite.
[...]
Já são onze.
A chuva parecia ter perdido a força.
Maísa, ainda lá, tentando reorganizar o coração, como um quebra-cabeças-de-mil-peças.
[...]
As luzes se acendem.
Novo dia.
Um coração novinho em folha, uma vida reorganizada, lenços de papel debaixo da cama e uma vida inteirinha pra viver, se despedaçar e construir de novo.

Maísa Loyen, em mais um dia de chuva.

14 janeiro, 2014

Maísa Loyen, sobre as folhas no chão

Então ela seguiu o seu caminho sem nada esperar, simplesmente foi...Foi como o vento que sopra, como a folha que rola com o vento, como a brise leve daquele Verão que cedo ou tarde teria de dar espaço ao Outono. E ela espera então, espera o Outono chegar com toda a força que ele tem, como toda meia estação e climas amenos, espera que a calma chegue pro coração e que ela não tenha mais que ir e que possa um dia ficar, congelar as estações e simplesmente estar, sem ter vontade de partir.
Maísa Loyen, sobre as folhas do chão