22 dezembro, 2016

Mãos dadas

Mãos dadas na rua (...) Só olhava. Batia dentro uma falta, falta de algo simples e ao mesmo tempo tão difícil de ter. Sentia o quanto faltava alguém que lhe quisesse segurar as mãos, a vida, o futuro juntos. Não é a mão pela mão, é o sentimento. É a mão dada e a grande coisa que ela significa. Sentada ali no bar, entre os outros comuns, olhava e pensava se era o que lhe esperava. Ou...(pausa pro gole de vodka)...ou se o que ela queria não existia. Era bonito de ver, mas tão difícil de ter. Eram só mãos dadas, mãos que sozinhas, não eram nada.

22 novembro, 2016

Maísa, Maísa

Maísa era, Maísa é!
Maísa será?
Maísa, Maísa, Maiza!?
Não quero por teu nome no jogo,
Mas nesse acaso e caso todo que eu te conto...
Nessa prosa e verso que nem eu mesmo entendo...
Ainda quero te contar cada segundo da vida,
Pra partilhar, contigo, Maísa
Todo o meu amor (clichê) amor,
Ou raiva ou ódio, seja o que for
Mas ainda sim, prefiro partilhar amor.

De Maísa, pra você! Beijos de longe !

86, quase 87

Cresci rápido demais e esses meus 86 anos que parecem ser 20 e tantos já carregam tanta coisa, tanta coisa boa e tanta coisa que passou. Lá se foram os tempos, vão chegando outros.
Stop! Faça o tempo parar, faça a roda parar de girar ou girar mais devagar, moço.
Os Dezembros chegam cada vez mais rápido, logo serão 87! E esses 20 e poucos te enganam. Mas olhe no olho, converse um tempo, ouça, aqui tem mais guardado do que exposto. O eu oculto é maior e, sim senhor, é maior e bem mais feio.
Logo serão 88, mais Natais, mais Dezembros, mais.

04 outubro, 2016

Te olhava.

Ele tinha olhos claros, olhar calmo. (Ele agradeceu). E eu havia me encontrado num sentimento conhecido, novo agora e por aquele que eu não conhecia, trocava palavras, idéias e admirada entre os pixels. Só olhava...e imaginando como seria a forma viva daquilo que já vivia em minha mente. Não era inverno, mas estava frio, chovia e tudo que eu mais queria era fechar os olhos e dormir, pra imaginar e sonhar com as coisas que aqui na vida, eu ainda nao tinha.

22 junho, 2016

Dá licença pra eu sonhar!

Moço, licença pra eu sonhar! Por a cabeça no travesseiro ou encostar na janela do ônibus, olhando assim, com aquele olhar bem distante, imaginando tudo aquilo que eu queria ser, tudo aquilo que eu queria que (nos) acontecesse.
Moço, me dá licença, porque o mundo tá todo aos avessos que eu não faço mais questão de lhe entender! Quanto mais eu paro, penso e reflito, menos torto fica (mentira), mais torto ainda sim fica.
Me deixa do jeito que eu tô, sem frescuras, indo e indo, só indo. Vendo o fim do arcoiris (arco irís? arco-íris?).
Seu moço, tava tudo indo tão bem, mas eu nem me lembro onde foi que eu deixei o fio da meada. Aí, seu moço, tudo mudou. Continuou bem, mas sabe...nem tão bem. Acho que foi o calendário passando, foram as águas rolando (clichê), foi...foi, foi eu quem mudou, eu já não sou mais a mesma depois de toda aquela água que rolou, depois de todos os vários 365 dias que passaram, a água passou e eu também. E aí, moço, quando passa, a gente muda. Muda tanto que por um segundo acha que o mundo está diferente e (não!), não está, quem está diferente é você (piscadinha ;] ).
É, eu sei moço, como é bom também sentir que o diferente é bom, se permitir, achar as soluções, não ligar pras águas e pros dias, afinal eles vão passar, de qualquer jeito.
Moço, licença pra eu voltar pro meu sonho, aqui. Pra pensar e criar aqui dentro a realidade que eu quero, pensar nos sentimentos que eu quero, sonhar os sonhos (clichê dois) até adormecer. Porque enquanto eu estiver sonhando, moço, eu também estou vivendo. Então, licença, porque eu vou aqui fechar meus olhos e viver meu mundo, onde tudo acontece, onde tudo começa e vibra coisa boa em nossa direção.

03 junho, 2016

Não!

Tenho andado meio torto, meio longe, meio incrédulo. Ouço conselhos, vozes, piadas. Não sei de onde vem. Tenho andado meio abafado, meio estranho, um pouco calado. Alguma coisa me trava a voz, não grito, sussurro. De medo, de amargo, de não ter. 
Tenho andado um pouco lá, pouco aqui. O pouco que tenho é o bastante pra ti? 
- Não me incomodas, Rian, que tenha andado assim.
- Não, Maísa?
- Não.
Deu de ombros e foi. Por hora, se importava só com ela mesma. Uma única vez, deixou se de se levar pelas dores dos outros. Uma única vez, foi ser ela mesma e só.

28 maio, 2016

O risco de viver

Aquela dor não passa e a cicatriz ainda persiste em cima da pele, fazendo questão de alertar.  Foi  tão intensa quanto, tão cortante. E ai tentou se curar, amenizar a dor, apagar as marcas. Não foi capaz, curava fazendo escorrer pelos olhos um pouco do que lhe transbordava por dentro, não era firme, não era forte, não era mais nem melhor, era pequena, era frágil, era normal.  A cicatriz nunca se vai, mesmo que vá, inda há lembranças, ainda restam os medos, as fragilidades, quem sabe seja uma forma de lhe dizer: menina, se dê o direito de chorar, de por pra fora. Marcas vão ficar, criamos marcas todos os dias, umas mais fundas, outras mais rasas, lidamos com as marcas do passado, lidamos com o medo de se machucar de novo, lidamos com o passado e com o futuro agora no presente. Curava e lhe escorria pelos olhos mais e mais e quando a dor foi passando, ficou sozinha no quarto, olhando as paredes, vendo o quanto sua fortaleza é de vidro, vendo o quanto é capaz de ir por terra cada palavra de orgulho mascarado que dizia ser forte, vendo enfim, que é humana e que chora e que tem medo do machucado sangrar novamente. Já não é mais uma criança, mas que bom seria se ainda lhe restasse aquela coragem toda que se tinha quando pequena, aquela coragem de arriscar e não lhe perguntar o que tem a perder. Quem sabe porque agora tem algo a perder, pelo menos a consciência lhe alerta. O mundo está pesado demais pra que lhe carregue nas costas, as marcas são fortes demais pra sair com maquiagem e um blush pra lhe dar mais alegria. As marcas ainda lhe fazem escorrer pelo rosto, a cicatriz não vai sumir, não vai deixar de ser aberta e se cortar de novo, mas não permita, menina, que o futuro seja baseado na cicatriz, se vier uma nova, aprenda, guarde, mas permita-se o risco de viver.

21 março, 2016

Nome

[...] cria-se então a forma, da-lhe um nome qualquer e vive! Nem todo sentimento tem nome.

Bate aqui na janela um vento frio de inverno, mais um outono chegando, mais sentimento vindo. Maísa, entre um cobertor e outro, tenta entender o que lhe faz não dormir...