20 junho, 2014

Como num conto de fadas


Não sei porque, ando inspirada a escrever...É como se quisesse dizer algo, mas não conseguisse, então fica mais fácil que as emoções escapem entre uma linha e outra. Algumas vezes simplesmente não há nada pra dizer, então fico calada. Se não há nada pra contar, se não há emoção pra por nas palavras, então, faça silêncio.
[...]
Maísa pegou o papel e o lápis, era como se pegasse uma chave mestra que abrisse as portas mais profundas e secretas, o lápis e o papel lhe eram assim, eram escapes, assim como a música pra uns, a culinária pra outros e o esporte pra outros tantos e como fato é que nem música, nem esporte e nem a culinária eram seus fortes, bastava um lápis e um papel.
Naquele dia Maísa queria poder colocar no papel toda a vontade de tornar aquela história real, aquela história que vivia e que parecia mais um conto de fadas, não um conto de fadas porque era linda e tinha príncipe encantado, bruxa má e maças envenenadas, mas parecia um conto de fadas pois estava longe de se tornar real, isso era o que mais lhe deixava próxima da história. Bom, como sempre, não sabia por onde começar...então, rascunhou.
- Um começo...um dia de chuva - claro, um dia de chuva!
E aí vieram os meios, os meios meio tortos, meio estranhos, um misto de querer e não querer, uma pitada de pimenta, bons momentos, momentos melhores ainda, conversas sem fim e só.
- Tá, ainda falta um final nessa história. E alguém vai ter que contar como termina isso tudo - disse, deixando cair o caderno e o lápis debaixo da cama. Era inverno, estava frio e chovia lá fora. Uma vontade de reviver um dia de chuva qualquer e de ter um final feliz pra escrever.